REFLEXÃO NAS ONDAS

Nessa imensidão do mar eu me perco,

o que estará pra vir? Não me rendo,

a paz lá vou buscar e encontro;

a guerra está ao redor de mim

tendo fixo só o mesmo ponto.

Variáveis invariáveis em argumentos sem fim

em trocas de olhares que nem sempre tão sutis.

A vontade dá e é grande,

mas com as forças dos errantes nego.

Volto a buscar minha paz

e então a imensidão do mar novamente me entrego,

aquieto, sossego, renego, navego até chegar a areia

com os pés descalços e fazendo minha brisa,

o olhar de alguém incendeia

na esperança de grandes ondas fulminantes chegarem com a lua cheia

pra quebrar a calmaria noturna e a desunião,

pra levar os navegantes de volta ao chão,

pra deixar todos molhados em prol da paz,

qualquer coisa pra quebrar a rotina isso traz.

Um sorriso disfarçado sairia ao fundo

alguém perceberia e alegraria a todo mundo

a graça da criança desajeitada molhada

que na rua esnobam e na escola o professor não dá nada,

não sabem o que está por vir, não sabe quem será,

a julgam como mais um perdido que propagará satanás,

mas o mar está lá, as pessoas também

a criança se recorda e pela paz dá seu amém.

Os revoltados se revoltem, nessa eu não vou

é baseado, mas continuo correndo pelo amor,

as ondas vem e vão e quando é o mar que revolta

muda toda uma vida e deixa pessoas sem nota.

A vida é mansa e nervosa não tem jeito

se acostumem e nela façam direito;

e quando o mar acalmar de novo e uma estrela surgir

mais uma criança interna se põe a sorrir.

CAMILA LUCONI

13-09-2012