A FLORISTA

Era apenas uma florista,

de idade bem avançada,

mas isto não a incomodava,

pois todo o dia ali estava.

Parte da paisagem,

ela já fazia,

como os velhos bancos da praça,

muitos segredos ouvia.  

Vendia flores de mil variedades,

para todas as idades,

 outras tantas ela ofertava,

a quem muito triste estava.

Seus olhos eram bondosos,

seus lábios sempre sorriam,

suas palavras sempre eram,

para as almas sofridas lenitivo.

Quantos conselhos sábios,

quantas lágrimas enxugadas,

quantas esperanças plantadas,

quanta fé cultivada.

O nome dela ninguém sabia,

de tia das flores a chamavam,

de si bem pouco falava,

mas a todos ela ouvia.

Um dia ela ali não apareceu,

no outro também não,

e como ali havia aparecido,

do mesmo modo desapareceu.

Alguns se perguntaram,

o que teria acontecido,

nunca imaginaram,

que ela uma vida tinha.

Teria seus problemas,

quem sabe uma família,

era amiga de tantos,

   mas amigo seu ninguém era.  

Logo ninguém mais se lembrava,

da bondosa senhora,

logo alguém tomou o seu lugar,

ela virara passado.

Luconi

26-08-2010