Difícil é estar no cume,
vendo o vale imenso a frente,
depois de galgar com tanta dificuldade,
a subida íngreme limite,
entre o caminho árido e o vale verdejante.
Quase sem fôlego,
pelo esforço cansado,
os pés sangrando,
inacreditável parecendo,
que o alcançarei apenas descendo.
Não, não pode ser,
certamente tropeço haverá na descida,
a dificuldade estará escondida,
tombarei na descida,
cansado temo forças não ter.
Então, melhor no cume me assentar,
e o vale de longe só os olhos saciar,
com isso me contentar,
antes assim do que me acabar,
não podendo mais nem admirar.
Pelos meus medos paralisado,
ao sofrimento acostumado,
dentro de mim me encolhendo,
uma voz dentro de mim surgindo,
diz: Confia, confia, como quando criança eras,
e como criança nem sinto a descida,
mas sinto a Fé me transportando,
a Fé que ao vale me levando,
faz de mim um novo homem.
Luconi
11-07-2015