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TRADUTOR

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

COMO, COMO




Como sem você ficar?


Se você em minha labuta,
é a força que me anima,
é o meu chão seguro,
é o guia de meu caminho,
é de minha queda o amparo,
é a luz que não se apaga.


Como sem você viver?


Se no tempo implacável,
que passa sem nos dar tempo,
que faz da vida,
um fugaz momento,
que no antes, agora e depois,
você esteve, está e estará,
sempre presente,
mesmo que um dia,
tu te aches ausente,
pois és o meu instante infinito.



Luconi
10-03-2012

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

AÇÃO IMPENSADA-VIDA QUE SE TRANSFORMA




Era apenas uma criança, alegre, bastava que uma música tocasse para se por a dançar, quando havia visitas, não se inibia, a alegria ela espalhava.

Os pais pensavam que no futuro procurariam uma escola de ballet, no momento era tão pequena, talvez em dois ou três anos.

Bom isso tudo ela era até os cinco anos, mas algo aconteceu que fez com que a pequena mudasse toda a sua personalidade, um fato até comum.

Nos últimos tempos, no meio da noite, acordava assustada, aos prantos chamando pela mãe, agarrava-se a ela e na cama do casal ia dormir. 

Antigamente tudo era considerado manha e ninguém questionou a pequena o porquê de tanto choro.

Bem, comentando com amigos, os pais só tiveram uma resposta: - Manha se trata com umas boas palmadas, se a situação não mais acontecesse estava confirmado o diagnóstico.

Os pais relutavam em tomar a medida, quem sabe não passasse sozinho, afinal ela nunca dera grandes problemas, haveria de passar.

Uma noite o pai chegara do trabalho bastante nervoso, o dia no trabalho havia sido péssimo, a cabeça latejava, a pequena mais uma vez acordou a mãe aos prantos e mais uma vez foi levada para a cama do casal, o pai que dormia muito mal, pediu à esposa que trocasse de cama com a filha, assim repousaria melhor.

Só que a menina agarrada com a mãe, quando percebeu a sua ausência, começou a chorar e pedir pela mãe. Era o que faltava para o copo transbordar, o pai não pensou, agiu, pegou bruscamente a menina, jogou-a em sua cama e sob os protestos da mãe, aplicou-lhe um corretivo bem pouco parecido com palmadas no bumbum, estava descontrolado, foi uma surra e tanto, abalado emocionalmente com seus problemas anteriores, descarregou na pobre toda a sua ira.

Bem, a pequena cresceu e passou muitas noites de pavor, o que a apavorava era visões de gente que ela nunca tinha visto, sem contar os sonhos onde aquelas pessoas queriam pegá-la, nunca mais chorou ou pediu socorro, nunca falou o que a amedrontava, mas também não se lembrava daquela noite, a lembrança da surra havia sido varrida de sua memória, não pedia ajuda por que dentro dela algo dizia que era melhor ficar quieta, nunca ouviu nenhuma referência dos pais a tão malfadada noite.

A sua personalidade mudara, a menina alegre morrera, cresceu quieta, pelos cantos da casa, não procurava a companhia de ninguém nem dos irmãos, não tinha amigas, mas era excelente aluna, nunca mais a viram dançar e aos poucos se acostumaram com a menina triste, obediente sempre foi, mas tornou-se explosiva, não conseguia expor seus pensamentos, suas ideias sem se alterar, e enquanto todos abaixavam a cabeça quando o pai dava uma ordem, ela para o desespero da mãe o enfrentava, bastava achar que a ordem era injusta, sem procedência.

Ela e o pai tornaram-se os melhores amigos, como jamais visto, ele adivinhava os seus pensamentos e ela os dele, o que realmente atrapalhava era as suas explosões, na maioria das vezes muito justas, mas que a faziam perder a razão, magoava as pessoas e não conseguia se expor de forma a protestar ajudando e não ferindo.

Por isto, um dia desabafou com sua madrinha, e esta sem rodeios lhe disse que nem sempre fora assim, contou-lhe sobre o seu jeito alegre de ser e explicou-lhe a terrível surra que levara, as consequências de tal surra logo foram vistas, no dia seguinte amanhecera com quarenta graus de febre, seus pais correram para o médico, que sem dúvida nenhuma diagnosticou o trauma sofrido, alguns dias demorou a febre ceder, mas a espontaneidade, a alegria nunca mais voltou.

Seus pais cogitaram em levá-la a um psiquiatra, mas logo rejeitaram a ideia, na época este era médico de loucos, então esperaram que o tempo curasse.

A menina, agora já uma moça, espantou-se pelo fato de não se lembrar de nada daquela noite, o que se lembrava era apenas das visões que tanto a amedrontaram, por tanto tempo.

Por amar demais os seus pais nunca tocou no assunto com eles, entendera que fora um momento de nervoso.

Tocou sua vida, quando nos conhecemos já tinha filhos adultos, sempre enfrentou sérios problemas em se relacionar em qualquer ambiente, expor suas ideias no trabalho jamais, a duras penas e muita fé aprendeu a controlar as explosões, não conseguiu ter autoestima e nem confiança em si mesma, sempre enfrentou sérios problemas conjugais e sua vida profissional segundo ela tornou-se medíocre.

Após o desabafo me disse: “Não sei quem realmente sou, sempre tenho a impressão que essa não sou eu e não sei se realmente esta é a vida que eu deveria ter levado”.

Com um ato impensado, o pai havia sem querer transformado toda a sua vida.

Luconi
04-10-2008

terça-feira, 28 de agosto de 2012

APENAS VIVO




Surge uma nova estrada,
um novo rumo,
eu me aprumo,
devagar caminho,
passos lentos,
pressa não tenho,
o tempo não espera.


Mas eu espero o tempo,
tento eternizar cada momento,
nas mãos cada instante seguro,
vivo como se fosse o último,
para o amanhã nada deixo,
por que não vejo o futuro,
nesta nova estrada eu apenas vivo.



28-08-2012
Luconi 

domingo, 26 de agosto de 2012

INOCÊNCIA DOS QUINZE ANOS





Como é bom lembrar,
da inocência dos quinze anos,
do primeiro namorado,
do primeiro encontro,
do primeiro beijo.


É divertido lembrar, longo tempo de paquera
primeiro encontro as dez na missa,
pegar na mão foi fácil,
beijo no rosto demorou quinze dias,
beijo na boca esperou três meses.


Ah! Mas era gostoso,
encontro todo dia não senhor,
tem dia marcado,
terça e quinta às vezes,
sábado e domingo com certeza.


No começo, namoro no portão,
passou um mês, tem que falar com o sogrão,
lá vem ele coitado, todo nervoso
na sala papai faz de conta que nada  sabe,
e ele gaguejando pede a tal permissão.


Pronto, já pode namorar em casa,
sair juntos só com vela,
ficar sozinhos, só na despedida,
ir embora as dez em ponto,
que saudades que sinto!


Faz falta tanta inocência,
ter sonhos simples,
acreditar neles,
por um encontro esperar,
por um beijo suspirar .


Luconi
05-11-2008


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

MÃOS





Mãos calejadas,
pela vida marcadas,
mãos que retratam,
toda uma vida.


Vida de renuncias,
de sacrifícios,
de muito labor,
de muito amor.


Mãos enrugadas,
unhas descuidadas,
mas limpas,
das sujeiras da vida.


Mãos que acarinharam,
um grande amor ,
filhos e netos embalaram,
lágrimas enxugaram.


Mãos humildes,
 mãos sábias,
mãos das verdadeiras,
GUERREIRAS da vida.


Luconi
20-08-2012

terça-feira, 21 de agosto de 2012

CEGO NÃO ENXERGAVA





Lá se foram as ilusões,
foram-se lentamente, pouco a pouco,
não percebera que elas estavam indo,
esvaíram-se perdidas no tempo.


O tempo é implacável,
o que se perde nele, não se recupera,
o tempo jamais volta
e de repente nos encontramos vazios.


Para que tantas lutas,
para que o corre, corre da vida,
para que a realização material,
para que a satisfação do ego?


Se quando olho ao meu redor,
cercado por aqueles que me amam,
sinto-me só, estranhos se tornaram,
com o tempo se modificaram.


Perdi de minha esposa as vitórias e derrotas,
perdi de meus filhos os melhores momentos ,
perdi a chance de me fazer conhecer,
perdi a chance de conhecê-los.


Dei-me conta finalmente,
deixei-me levar pelas ilusões,
o meu sucesso, a minha felicidade,
ali bem perto de mim estavam.


Ah! Eu quero com o riso deles sorrir,
quero das discussões participar,
quero  a televisão com minha esposa assistir,
quero ir para a cozinha para pipoca estourar.


Estou inseguro, com medo
abro meu coração, como nunca abri
o sorriso nos olhos de minha esposa,
fala em silêncio, “seja bem vindo”.



Luconi
11-10-2008 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

DA POESIA UM PEDIDO

 



Fui pela alma dos sensíveis gerada,
como um pássaro livre nasci,
expressão da alma liberta,
em um alçar de voo fui criada.


Quando nasci não sei,
mas foi antes da escrita,
com símbolos era representada,
e a alma criadora era entendida.


Com o tempo nome me deram,
estudar-me resolveram,
regras e formas viram,
onde nada havia.


Então me aprisionaram,
tinha que ser modificada,
às regras ajustada,
para satisfazer às correntes criadas.


Há séculos quero me libertar,
as correntes quebrar,
expressão da alma quando expressa,
traz a beleza natural da alma que há gera.


Chame-me do que quiserem,
mas livre me deixem,
para que eu possa fielmente traduzir,
em todas as suas nuances, cores e matizes,
o sentimento de um poeta.



Luconi
20-08-2012  

sábado, 18 de agosto de 2012

CAIR EM SI




Tem um momento da vida, que a gente para,
para e de repente se dá conta, o tempo passou,
passou e nós não acreditamos, quantas lutas travadas,
travadas para alcançarmos nossos objetivos, nossos sonhos.


De repente nos damos conta,
conta de que ficou para trás muitas coisas,
coisas muito importantes, mas achávamos que daria tempo,
tempo para realizá-las após alcançar nossos sonhos.


Doce ilusão, as oportunidades não esperaram,
não esperaram porque a vida não espera, ela acontece,
acontece simplesmente, os sonhos se realizariam naturalmente,
naturalmente apareceriam as oportunidades para a sua realização.


De repente não mais importa a realização dos sonhos,
sonhos alcançados ou não perderam a importância,
a importância dada a eles nos afastou de muitas coisas,
coisas que hoje choramos e que se tornaram nossos sonhos.


Luconi
24-10-2008

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

SAUDADE DO MEU RINCÃO

                                                                                 
                                                                 imagem djibenete clique



Que saudade do meu rincão,
no rio lá em suas margens,
onde eu me assentava,
meu olhar se perdia,
na imensidão daquelas paragens.


Que saudade do meu rincão,
mal o dia amanhecia,
o canto da passarada se ouvia,
lembrando-nos todo dia,
da benção que recebíamos.



Que saudade do meu rincão,
quando voltava do roçado,
a lenha no fogão crepitando,
o cheirinho do toucinho no feijão,
para mim banquete dos deuses.


Que saudade do meu rincão,
tão simples era minha casinha,
mas sempre muito limpinha,
ali a paz era constante,
sempre muito aconchegante.


Que saudade do meu rincão!
Ah! Esta cidade de pedra,
cimentou os corações,
aqui não se ouve os pássaros,
nem o sussurrar do rio,
a paz nos é roubada,
pelo desalmado,
que sua alma vendeu,
para a máquina opressora,
destes irmãos meus. 


Luconi
30-07-2012 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

LIBERDADE






O pássaro que no firmamento voa,
o desejo de ser livre  ao homem dá,
livre como um pássaro,
é o sonho almejado.


Guerras fazem,
vitoriosos são,
a sensação de liberdade,
passa rapidamente.


Jovens de casa saem,
vão a procura da liberdade,
aos poucos se desapontam,
presos nas tramas da vida se perdem.


Homens e mulheres conjugues e filhos abandonam,
dizem ir aproveitar a vida,
de repente se veem cercados de falsidades,
joga-os na solidão a almejada liberdade.


Cega não enxerga a humanidade,
que a tão almejada liberdade,
dentro de nós deve ser alcançada,
libertos das doenças da alma,
finalmente livres seremos.


Luconi
04-07-2009