Vento
trouxe um redemoinho,
que
tentou me dominar,
ele
passando desarrumando tudo,
querendo
arrumar do seu jeito,
foi
se armando de mansinho,
desprevenida
eu estava,
mas
aos poucos ele ganhava força,
achando
que a todos envolvia,
não
percebendo que no centro eu ficara,
não
para ser dominada,
quietinha
eu observava,
a
bagunça que fazia,
percebi
que boas coisas ele trazia,
sua
essência era boa,
mas
se mantinha em mistério,
da
situação queria ser o dono,
não
respeitando o querer de cada um,
com
doces rajadas impunha sua vontade,
achando-se
dono da verdade.
Ali
no seu centro,
sua
confiança ganhei,
mostrei-lhe
o meu ser,
abri-lhe
os meus mistérios,
nada
precisava esconder,
a
minha franqueza para ele era fraqueza,
subestimou-me
deixando-me em seu centro,
parecia
que a cada volta que dava,
seu
sibilo me dizia olha a minha força,
eu
continuava observando paciente,
alguém
diria que eu estava inerte,
deixando-me
levar naquele turbilhão,
mas
a inércia era serenidade,
a
serenidade provinha da fé,
quando
ele já havia envolvido a todos,
nublando
suas verdades,
dominando
suas mentes,
achando
que me dominara,
acalmou-se
deixando a mostra seu eu.
Confiou
demais em si próprio,
achou-se
por demais poderoso,
desrespeitou
a individualidade de seu próximo,
desconheceu
o fato que a verdade foi desfragmentada,
em
milhões de pedaços distribuídos por todo o mundo,
que
cada um carrega a sua conforme sua evolução,
que
ninguém sabe tudo,
que
todos tem muito a ensinar e a aprender,
que
a humildade é arma que abre muitas portas,
que
o amor universal é imbatível,
que
a igualdade dos seres os liberta,
que
a fé firme é a única força real que temos,
enquanto
ele descansava alimentado pelo orgulho e vaidade,
aos
poucos fui arrumando a bagunça certa que daria tempo,
de
repente não estava sozinha muitos se refizeram,
formamos
forte corrente no amor fortalecidos pela fé,
quando
o redemoinho retornou debateu-se em vão,
estávamos
fortalecidos ele já não mais nos arrastava,
o
poder e a vaidade o tornaram denso pesado,
para
sua decepção desmoronou, não mais se sustentava,
nós
todos num só círculo o acolhemos,
o
vento agora vinha a nosso favor,
deveríamos
incorporá-lo a nós,
afinal
todos temos muito a ensinar e a aprender.
Luconi
08-01-10