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TRADUTOR

sábado, 28 de março de 2015

TUDO POR UMA MAGRELA





Pobre menino perdido,
afunda-se no colchão sujo,
desejando não ser notado,
em meio tão agressivo.



Impossível o seu desejo,
logo atrai a atenção,
na falta de diversão,
o novato é prato cheio.



Revolta-se de imediato,
pretende cantar de galo,
uma boa surra toma,
o guarda ainda o culpa.



Pelo jeito é sua sina,
a culpa dos outros levar,
só fora olhar o lugar,
pra uns trocados ganhar.



Não era perigoso,
não faria nenhum mal,
anotaria o movimento,
entregando para o tal.



O tal era vizinho,
sabia da sua precisão,
o que ganhava era pouco,
a mãe tinha que ajudar.



Com uma magrela sonhava,
de dez marchas havia de ser,
a mãe risada dava,
sonhar não custa nada.



O tal havia dito,
lhe trazia a magrela,
se a noite anotasse,
o movimento da viela.



Era só o que queria,
anotava tudo que via,
quando os homens chegaram,
 a ele enquadraram.



Sua ficha puxaram,
estava limpa,
tinha carteira assinada,
disseram que era laranja.



Tudo por uma magrela,
o puseram numa cela,
menor ele era,
sua mãe iam chamar.



Após a surra,
o retiraram da cela,
sua mãe chegando,
o levou para casa.



Seus olhos lacrimejantes,
olhavam seus ferimentos,
que com doçura cuidava,
a cabeça balançava.



Sonhos filho meu,
devem ser conquistados,
com trabalho e esforço,
no dia a dia da vida.



Quando chego do trabalho,
preparo nossa comida,
colocando na mesa,
um sonho eu realizo.



O sonho que realizo,
é vê-los em paz dormindo,
sabendo-os alimentados,
através de meu esforço.



O menino então chorou,
por si e pela mãe,
que tinha como sonho,
apenas cuidar dos filhos.



Então ele jurou,
a si mesmo e a mãe,
haveria de ter nesta vida,
um único sonho agora.



Trabalhar, estudar,
na vida progredir,
para no futuro,
de sua mãezinha cuidar.





Luconi 
04-12-09


domingo, 22 de março de 2015

MEU CASTELO RICO E GÉLIDO






Um lindo castelo,
era sempre o que via,
ela o construiria,
ao passar de cada dia.



Em sua imaginação ele existia,
desde a sua adolescência,
a sua volta nada mais enxergaria,
apenas o seu castelo queria.



Na sua luta esquecia,
quem com ela convivia,
quando seu castelo tivesse,
tempo para eles teria.



O tempo passou,
o seu castelo construiu,
nele reinou,
mas a solidão nele adentrou.



Pouco a pouco conta se deu,
à sua volta apenas os seus iguais,
o jogo dos interesses jogavam,
ela então se sentiu vazia.



Saudades sentia,
a tristeza a sua alma invadia,
o castelo gélido lhe parecia,
então aos seus procurou.



Na casa humilde adentrou,
braços abertos a receberam,
no velho sofá sentou,
alegria ímpar a invadiu.



Ali o seu antigo lar era,
na adolescência o abominava,
como não enxergara,
como não sentira?



A luz que ele tinha,
o calor aconchegante,
a paz reinante,
ali era o seu lugar,
dele parte fazia,
e olhos bondosos isto lhe diziam.



 
Luconi
22-03-2015

quarta-feira, 11 de março de 2015

CONSOLO DE UMA MÃE





Antes os olhos na estrada,
no meio do caminho a mão acenando,
sem cansar até sumir de vista,
o filho querido partindo.


Fica ali parada,
desce a mão cansada,
sua vista já não o enxerga,
lágrimas seu rosto encharca.


Uma alegria a cada vinda,
muita tristeza a cada ida,
com o tempo  lágrima não caía, ,
cansada apenas o peito doía.


Dor que ninguém vê,
ninguém percebe,
apenas na calada da noite,
lágrimas caem de saudade.


Que ela com as mãos enxuga,
um sorriso esboça,
pois a luta dele é limpa e justa,
vale a pena a saudade,
ele luta pela sua felicidade.


Luconi
09-03-15

quinta-feira, 5 de março de 2015

CAMINHOS PERCORRIDOS





Andei por estas terras,
pelas montanhas rochosas,
vivi em cavernas,
corri pelas florestas,
alcancei as campinas,
no frio quase congelei,
os desertos conquistei.




Através dos tempos,
e das eras,
levantei e caí muitas vezes,
cada queda nova dor,
até finalmente aprender,
seguindo sempre em frente,
longo é o percurso.



Hoje olho a terra,
não consigo visualizar,
as belezas de outrora,
nem aquela humanidade,
que vivia a sua infância,
pelos instintos regida,
do racional só lampejos.


O bom era bom,
lapidara seu instinto,
o emocional positivo vencia, 
o mau era mau,
levado pelo emocional negativo,
a malicia da falsidade,
ainda não aprendera.



Hoje bons e maus se misturam,
a falsidade reina,
não são mais crianças,
são espíritos adultos,
a maioria pensando só em si
no passado bons e maus,
em sua tribo pensavam.



Ah! Esta transição,
demora a passar,
quantos de nós,
não ficará pra trás?
meu coração sangra,
se for pra frente,
chorarei pelos retardatários.



Se ficar para trás,
chorarei pela derrota,
pela dor dos que em mim confiaram,
de qualquer forma,
não haverá transição sem dor,
no Pai eu confio,
o Mestre jamais me abandonará.




Luconi


11-08-11