Pela fresta da janela,
o raio de sol entrava,
indicando um lindo dia,
nesta manhã de primavera.
Ela como sempre,
na poltrona se acomodava,
não abria a janela,
a vida a incomodava.
Aquela jovem senhora,
não queria ter lembranças,
dos sonhos da juventude,
que a vida lhe roubara.
Seu amor que era tão grande,
pouco tempo durou,
deu-lhe tres lindos frutos,
e nas asas da morte se foi.
Fechara-se em sua dor,
só ela sofria,
a dor dos outros não via,
por obrigação vivia.
Mas Deus a morte lhe negava,
fixando o raio de sol,
que um dia tanto amara,
na poltrona adormeceu.
Viu-se na frente do amado,
em lágrimas lhe perguntou,
porque o Pai me nega a morte,
se a ti tão cedo levou?
ELE não te nega a morte,
ELE te dá a vida,
nos frutos do nosso amor,
aonde ele se perpetua.
A jovem senhora desperta,
com o sonho intrigada,
corre abrir a janela,
deixando o sol entrar.
Leve sorriso esboça,
ao ver os filhos lhe acenando,
reconhece em suas faces,
os traços do ser amado.
De alegria agora chora,
olha o céu agradecida,
obrigado meu querido,
agora eu entendo.
Luconi
26-05-2010