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domingo, 23 de fevereiro de 2014

DONA RABUGENTA



Lá vem dona Rabugenta,
vem descendo a ladeira,
vem toda molambenta,
em seu pé tem até bicheira.


Quer distancia de água e sabão,
perto dela ninguém chega não,
além do mau cheiro é só reclamação,
apontar defeitos é sua paixão.


O seu companheiro não aguentou,
sua família a largou,
a vizinhança se distanciou,
ela sozinha ficou.


Ela diz de ninguém precisar,
na solidão acabou de endoidar,
as crianças está sempre a espantar,
envelheceu sem nada mudar.


A vizinhança um dia percebe,
que a porta não mais se abre,
com dó da pobre ficaram,
a porta abaixo puseram.


Na cama de lençóis sujos,
Dona Rabugenta encontraram,
do que morreu ninguém sabe,
mas que morreu como viveu,
todos com certeza concordaram.


Luconi
23-02-2013


História de uma senhora dos tempos que trabalhei num pronto socorro, quando disse que estava com dó a sua história me contaram, um policial concluiu não tenha dó morreu  da mesma forma que viveu, continuei com dó, coitada o que será que a levou a ser desta forma, ninguém soube explicar, mas lá dentro do seu coração, eu sei que ela sabia e sofria.

8 comentários:

  1. Coitada da D.Rabugenta... Afastou todo mundo, colheu o que plantou! Conheço uma assim! Pena,né? beijos, linda semana,chica

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  2. Nossa irmãzinha plantou e colheu. Que colha melhor na próxima plantação.

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  3. Eu também tenho dó de pessoas assim
    São profundamente infelizes
    Um beijinho para tí, Luconi
    Linda semana
    Com carinho de
    Verena e Bichinhos

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  4. Pessoas assim tem por dentro um forte ressentimento contra os que são felizes. Bom dia pra você!

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  5. Típico de uma Dona Rabugenta mesmo... Plantou e colheu...
    Abraços.

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  6. Oi, Luconi!
    Também imagino o que ela pensava... Mas sabe que toda cidade tem pessoas que se desapegam das convenções e se tornam figuras folclóricas. Na minha cidade natal, ainda criança lembro do Rabo Verde e do Ximango; duas figuras que não eram moradores de rua - tinham suas casas, pois na rua não dormiam. As pessoas faziam chacota e eles pareciam não se importar, ao contrário, se mostravam até inteligentes e donos de boa prosa. Não sei o que houve com a d. Rabugenta ou se foi por sua escolha o modo que viveu ou morreu, mas eu também fico com dó, pois todos nós precisamos de carinho e atenção.
    Boa semana!!
    Beijus,

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  7. Oi Luconi! Para não ser rabugento é preciso otimismo, a ausência dele adoce alma e corpo. Beijo!

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  8. A poesia ficou divertida, mas a gente sabe quanto são infelizes essas pessoas! Adorei! bjs,

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LUCONI