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domingo, 31 de julho de 2011

AGONIA DO FIM


Nada tenho a falar,
há muito tudo já disse,
repetindo tantas vezes,
que se você não cansou de ouvir,
eu me cansei de falar.

Cada um hoje vive,
em um mundo que é só seu,
o teu mundo nunca se abriu,
o meu com você dividi,
e sem mundo eu fiquei.

Em fragmentos repartida,
a referência perdida,
sinto-me enclausurada,
neste imenso vazio,
onde nada mais importa.

A vida pela janela eu olho, 
dela não participo,
apenas espero,
que pela fresta,
entre um raio de sol.

Luconi

30-07-2011

sábado, 30 de julho de 2011

COMO É BOM SER GENTE




Gente que é gente,
é nossa gente,
que chora num instante,
e no outro ri.

Chora por si,
chora pelo amigo,
chora pelo vizinho,
chora pelo estranho.

Ri da vida,
ri com fome,
ri da dor,
ri feliz.

Mas gente que não é gente,
é outro tipo de gente,
são abutres feito gente,
vivendo das desgraças da gente.

Infiltram-se no meio da gente,
fazendo-nos acreditar,
com tapinhas nas costas,
ao abismo nos empurram.

Não choram pela gente,
não choram nem por si,
não riem com a gente,
riem da gente.

Pobre gente que não é gente,
não sabe o que é ser gente,
são infelizes dementes,
pensando que enganam a gente.

Só enganam aos seus iguais,
só enganam quem quer proveito,
sem se importar com a gente,
passam por cima da gente.

Como é bom ser gente,
viver amando,
batalhando,sonhando,rindo e chorando,
e por fim morrer em paz.


LUCONI
10-05-2010

quarta-feira, 27 de julho de 2011

UM GRÃO DE MOSTARDA



Esta praia,
este mar,
as ondas,
a calmaria,
tudo me fascina,
o horizonte distante,
o infinito profundo,
a lua soberana,
num céu estrelado.


O que mais me fascina?
A beleza da Terra,
o homem,
que do infinito,
é um pequeno ponto,
neste solo abençoado,
achando-se rei,
coitado é apenas,
um grão de mostarda.

Luconi

27-07-2011

terça-feira, 26 de julho de 2011

NÓS SOMOS LOUCOS GRAÇAS A DEUS


Aquele homem simples,
era límpido e transparente,
sonhos trazia em sua bagagem,
recolheria das ruas,
quem nenhum teto tivesse.

Era um ambulante,
vendia de porta em porta,
casa simples ele tinha,
seu amor o abandonara,
vivia muito só.

Aos dezesseis os pais faleceram,
deixaram-lhe aquela casa,
por dentro era pequena,
mas o quintal era imenso,
construiria um galpão.

Precisaria de ajuda,
um irmão de ideal,
os recolhidos teriam que trabalhar,
mas tratados primeiro seriam,
tinha tudo na cabeça.

Em vão procurou,
todos o chamavam de louco,
um dia encontrou alguém,
alguém com o mesmo sonho,
já o estava realizando.

Falou de seus sonhos,
o novo amigo sorriu,
ajunte-se a nós,
uma oficina escola faremos,
lá no seu terreno.

Duas vezes não pensou,
não só cedeu o terreno,
como abrigou alguns na casa,
para alfabetizá-los aulas noturnas dava,
o trabalho não abandonava.

A luta era árdua, sempre alerta estavam,
o maior inimigo era o alcoolismo,
os reintegrados se ajuntavam na luta,
alguns formavam família,
mas para ajudar sempre vinham.

Os conhecidos os chamavam de loucos,
alguns vizinhos chamaram a policia,
pela segurança da familia temiam,
afinal eles abrigavam mendingos,
foram ao juiz.

O juiz homem digno,
neles não viu nenhum mal,
os preconceituosos vizinhos,
tiveram que se aquietar,
mas a fama de loucos tiveram que aguentar.

Passaram a receber ajuda,
mas não da vizinhança,
mas de gente não tão louca,
que muito ajudavam,
sem abrir mão de suas vidas.

Um dia sem esperar,
uma grande faixa viram,
colocada na frente da casa,
pelos mendigos regenerados,
era dedicada a eles.


Nós somos loucos, loucos por amar,
estender este amor ao mundo, dele se deleitar,
nós somos loucos, eles não o são,
vivem com o pé no chão, vazios, ocos mas sãos.

Nós somos loucos, asas criamos,rumo ao infinito
  voamos,intensamente vivemos,nós somos loucos, 
 assim queremos ser, belezas mil vivenciamos,
eles com a suas sanidades, não vivem não deixam saudades, apenas passam, apenas passam.

LUCONI
17-09-2009

domingo, 24 de julho de 2011

POETA PÁSSARO EM GAIOLA



Qual pássaro em gaiola,
que por breves momentos,
a liberdade alcança,
através de seu lindo gorjeio.


O ser oprimido,
pela vida encarcerado,
através da pena,
expõe a alma que não é pequena.


Então ele se solta,
liberta-se das amarras,
por inteiro se desnuda,
entregando-se às letras.


As sílabas formam palavras,
as palavras frases,
as frases pensamentos,
o seu ser  libertando.


Voa ao infinito neste instante,
solidão não existe,
o mundo ao seu alcance,
a vida lhe pertence.


Às vezes chora, grita,
Ri, gargalha,
acusa, cobra,
perdoa e ama.


Este é o escritor,
é o poeta,
é o sonhador,
que através das palavras se liberta.


Criando um mundo à parte,
um lugar só dele,
onde ele se imortaliza,
pois ali reside a sua alma.



Luconi
24-07-2011

SOU VIAJANTE DA VIDA



Sou viajante,
cansado, errante,
de um tempo que já esqueci,
de lembranças que o próprio tempo apagou.


Viajante da vida,
de tantas vidas vividas,
tantas batalhas travadas,
tantas lutas perdidas.


Fui rei,
vassalo,
escravo,
qualquer um.


Guerras assisti,
outras participei,
fui justo e injusto,
fui ateu e devoto.


A luta que comigo travo,
é vencer antigas fraquezas,
desta alma indefesa,
quando se veste de carne.


Quando a viagem se estende,
o cansaço me abate,
a carne agonizante,
deixa a alma liberta.


Que se refrigera,
em belezas mil,
pelos anjos levada,
a doce pousada.


Refeita entende,
que continuar deve,
a carne novamente desce,
a evolução é sua meta.


Luconi

06-02-2011

sábado, 23 de julho de 2011

HORA DO DESALENTO



Nesta hora de desalento,
onde o dia e noite se confundem, 
quando as sombras me envolvem,
ecoa no infinito,
um grito de imensa dor.



O meu ser estremecendo,
nesta dor é absorvido,
vivenciá-la querendo,
sua fonte esgotando,
até a derradeira gota.



A dor de remorso oriunda,
dos erros que incorri,
não procuro culpa alheia,
apenas as que são minhas,
pois elas trouxeram as sombras.



Hoje que me arrasto,
pois como ser não me sinto,
caí em mim da verdade,
não foi o erro alheio,
que ocasionou a derrocada.



Então vou me embriagar,
dentro de mim próprio,
até que fique sóbrio,
para a tona voltar,
podendo recomeçar.

Luconi
20-02-20l0  

quarta-feira, 20 de julho de 2011

DIÁLOGO COM O TEMPO



-Tempo, tempo onde você está?

-Faz tempo que clamo por ti e tu não respondes, não dá um sinal.

-Será que ando cega e surda e não consigo te perceber?


-Não sei acho que tu te esqueceste de mim, acho que me perdi nas dobras do tempo e você não percebeu.

 -Mas escuta, preciso de ti, preciso te encontrar, pois preciso de tempo.

-Olha o tempo passou, passou rápido demais e tanta coisa ficou para trás.

-Não tive tempo de dar amor o tanto que queria, nem pude sorrir o tanto que gostaria, nem chorar o tanto necessário para aliviar a alma, nem de descobrir o jeito certo de lutar e nem ao menos de propagar a minha fé.

-Achei que daria tempo, não percebi que meu tempo passou e eu preciso de tempo para viver todo sentimento que deixou de ser vivido, para por em prática tudo que descobri para plantar mais sementes de amor e fé e encontrar a alegria que só vem da simplicidade dos puros e inocentes.

-Mas tempo tu não me ouves e o tempo corre e eu me desespero.

Sinto-me cansada, exausta e me aquieto, talvez eu não mereça que tu me escute.

De repente uma brisa suave me envolve, sinto uma grande paz e eu ouço dentro de mim tuas sábias palavras.

- Todo tempo necessário foi te dado e tu o viveste conforme teu livre-arbítrio, acertaste algumas vezes em outras erraste, mas com certeza viveste.

-Se hoje percebes o que melhor poderias ter feito, é porque exatamente aprendeste algumas das lições que a vida te deu e com certeza cada um tem seu tempo próprio e cada fase da vida é um tempo a ser vivido.

-Não se chora o tempo que passou, alegra-se com o tempo que está para vir e tenha certeza que o tempo é infinito, pois ele foi criado pelo Pai que é eterno e um dia perceberás que o teu espírito também é eterno e será tempo de outra dimensão vivenciar.

-Silêncio novamente, só a paz da noite, sinto-me calma, sei agora que terei o tempo que for necessário para completar minha estrada, sem ansiedades viverei um dia de cada vez e na sabedoria do Pai o livre arbítrio é meu e eu não o decepcionarei.



Luconi
04-12-2008



terça-feira, 19 de julho de 2011

SONIA SILVINO UM LINDO UNIVERSO

Sonia Silvino

Hoje muito feliz,
ficou meu coração,
eu da vida simples aprendiz,
ganhei um presentão.

Não existe para comprar,
na terra não havemos de encontrar,
nas águas não há para pescar,
nem tampouco o achamos no ar.

No âmago de algumas almas,
semeado a duras penas,
regado com muitas lágrimas,
é onde ele existe.

Mas uma vez enraizado,
jamais ele é sufocado,
por inteiro a alma domina,
vencendo as ervas daninhas.

A alma então transborda,
espalhando as sementes,
a todos indiscriminadamente,
fazendo feliz a muita gente.

Várias formas pode tomar este presente,
que sempre nosso coração aquece,
que nunca se extingue,
tem um único nome AMOR.

OBRIGADA GUERREIRA DA LUZ
DEUS A ABENÇOE SEMPRE

Luconi

19-07-2011

EFIGÊNIA MALLEMONT COUTINHO


O balanço a balançar,
a menina vai e vem,
o céu ela quer alcançar,
os seus sonhos realizar.

A menina cria asas,
através da sua fé,
a fé que lhe traz esperanças,
dos seus sonhos concretizar.

A cada balançar do balanço,
está a passar o tempo,
novos caminhos trazendo,
rumos diferentes tomando.

Um dia o balançar,
apresentou-lhe o papel e a pena,
e ela se pôs a pintar,
quadros de amor em poemas.

Concretizando finalmente,
o sonho de levar a toda gente,
a esperança e o amor,
bálsamo divino para a dor.

No balançar do balanço,
a menina se torna rainha,
mas ela sorri humildemente,
querendo ser só gente simplesmente.

Feliz aniversário para você que antes de tudo
é gente pra valer.

LUCONI

17-07-2011